"Vamos Fazer Nosso Dever de Casa"

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A situação atual do país nos remete a pensar um pouco mais sobre o que é ser cidadão, sobre  nossas contribuições nas urnas, as consequências que elas tomam e como podemos mudar os rumos disso. Atualmente a população só se manifesta de forma direta durante o período eleitoral. Vivemos em dias de protesto, regados de modinhas, nas datas próximas das eleições, apenas, e como já de costume, após o ápice o gigante voltou a dormir.
Fico a imaginar o que seria de nós se tivéssemos apoios midiáticos, se gênios e poetas da música, como Renato Russo, Cazuza ou Raul Seixas tivessem vivos para assistirem tudo aquilo que tanto repudiaram em suas músicas se tornar algo tão rotineiro. Se suas letras fossem escritas em dias atuais poderíamos cantar com o mesmo fervor da época em que foram gravadas, e é como nosso Poeta do Rock já cantava “Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades”, pois é meu caro, o tempo não para, e cada vez mais vivemos dias tão iguais. No entanto, temos um diferencial inferior, nossa geração não tem a voz que tinha a passada, não temos grandes nomes revolucionários, não nos importamos, tudo ficou tão monótono, tornamo-nos tão superficiais, que é mais prático acomodarmo-nos e nos igualar a marionetes do que erguermo-nos e provarmos que também somos a geração Coca-Cola, estamos esquecendo que somos o futuro da nação.
Me deparo pensando qual seria a reação do nosso saudoso Renato após saber que a queridinha Dilmãe resolveu vetar o aumento de apenas R$ 20,00 aproximadamente, na aposentadoria, alegando que o país não possui verba, o que será que cantaria diante da nossa economia, e Cazuza diria o que da famosa Operação Lava Jato, que já até ganhou repercussão mundial com seus escândalos. Aposto que Raul claramente iria querer ser a mosca da sopa de muitos ali no Palácio do Planalto. E que maravilha seria tê-los novamente entre nós, seus legados com certeza ultrapassarão diversas gerações e espero que as influenciem da forma mais branda possível e que mentes brilhantes surjam os tendo como referencial.
Porém, enquanto isso não acontece, vamos voltar para nossa realidade, te convido agora para uma reflexão. Hoje, leitor, exatamente hoje, o que te faria lutar? Qual a grande causa que valeria a pena dar a cara à bofetada? Pergunte pra si mesmo e avalie-se. Caso você não tenha resposta, te faço outra pergunta. Como queremos mudança, se temos tanto medo, se não nos importamos com nada, se tudo já ficou tão banal? Que tipo de gente é a gente? Que geração é essa? Pelo que me consta a época da ditadura já passou, e porque temos tanto medo de irmos pra rua e lutar por direitos, por leis, por mudanças? É mais cômodo ficar em casa enquanto os corajosos vão às ruas e lutam por uma coisa que é sua, não é ?! Impressionante como somos programados a aceitar tudo que nos empurram goela abaixo, sem darmos um “pio” que seja.

Sinto uma enorme amargura por não ter vivido na época que esses reis da música estavam vivos e faziam o que podiam e o que não podiam para nos alertar, para tentar parar esse sistema imundo, tenho um pesar gigante por não presenciar o tempo que mesmo com a ditadura e a censura eles não tinham do que temer. Dias bons eram aqueles que eles não precisavam de artifícios tão modernos como internet pra cantar suas ideologias e suas criticas, foram massacrados por muitos que não os entendiam, nem os aceitavam, foram vistos como rebeldes sem causa e mal interpretados pela crítica, e mesmo com tão pouco fizeram tanto sucesso, sucesso esse que nem a morte foi capaz de apagar, usaram dos meios mais simples para passarem mensagens tão grandes e significativas. Heróis eram eles, que com tão pouco fizeram muito, e ainda fazem mesmo que indiretamente. Tá na hora de levantarmos do sofá, sairmos de trás das telas, seguirmos os mestres e darmos a continuidade devida ao que eles começaram, nós só dependemos de nós.

-Peppa


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